Quando esta carta aparece numa leitura, a simples visão do esqueleto dentro da armadura negra é uma coisa tenebrosa e o leitor tem que mostrar o mais rapidamente possível a inutilidade das reacções de medo e de pânico.
A carta da Morte indica acontecimentos assustadores, dolorosos e traumáticos, e isso acarreta perda, dor, desespero ou desgosto profundo. Grandes mudanças para melhor podem ser o resultado final, mas normalmente é preciso que passe algum tempo, até que possamos olhar para trás, e dizer que esses tempos terríveis foram a melhor coisa que nos podia ter acontecido. A carta da Morte também simboliza ausência e sentimento, de modo que a perda ou afastamento de uma pessoa pode fazer parecer que esta morreu para nós.
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Quando conhecermos melhor esta carta, compreenderemos que a única coisa assustadora que possui é o nome.
Sempre que esta carta aparece, saliento o facto de a figura não estar enforcada pelo pescoço, mas sim presa por um tornozelo, e de não estar morta nem ferida. De facto, a figura aureolada, de cabeça para baixo, está viva e não parece ter pressa nenhuma para se desprender.Também não está desconfortável, pois tem a outra perna cruzada e os braços atrás de si, enquanto contempla o mundo, serenamente, do seu próprio ângulo. Trata-se de uma figura de movimento suspenso. Este tipo de mobilidade é difícil para a maioria de nós, especialmente se formos naturalmente agitados e não conseguirmos ficar « pendurados» à espera dos acontecimentos. Mas a mensagem é de que o tempo de espera não precisa de ser uma tortura. Tal como com a Papisa e o Eremita, estamos a ser incentivados à serenidade, a desacelerar e olhar para dentro. Se pudermos encontrar esta serenidade, será muito mais fácil atingir a aceitação, seja de uma situação seja de outra pessoa. A figura real de uma mulher está sentada num trono, cujas vestes vermelhas estão adornadas por um manto dourado. Encontra-se entre dois pilares e, tal como a Papisa, pode ser vista como uma forma de unificação.
Numa mão têm uma espada que simboliza a necessidade da verdade, e na outra, uma balança, que representa a necessidade de equilíbrio e de justiça. Enquanto a Papisa nos convida para os reinos misteriosos da metafísica, a carta da Justiça simboliza as capacidades intelectuais da razão, pensamento e deliberação no seio do mundo humano, a capacidade crucial para qualquer sociedade humana. Curiosamente, a Justiça é representada por uma figura feminina, embora esta incorpore uma função que se atribui normalmente aos homens, a de manter a cabeça acima do coração. É a única figura dos Arcanos Maiores que segura uma espada, simbolizando a luta pela verdade, em contraste com a balança na outra mão, que nos recorda a necessidade de equilíbrio e de justiça. Ela é então, uma combinação do masculino e do feminino, do activo e do passivo, do guerreiro e do juiz. Defende a necessidade do pensamento lógico acima dos sentimentos, e sugere que os sentimentos sejam temperado pela objectividade. |
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Novembro 2015
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